"Deus não avalia a grandeza das obras, mas o amor com que são realizadas."
Nas entrelinhas de suas cartas, Santa Teresinha sussurra segredos do céu: palavras simples e ternas que acendem esperança. Leia como quem ouve uma amiga — e descubra, no ordinário, o sinal do eterno.
PALAVRAS QUE REVELAM FÉ, TERNURA E CONFIANÇA DE SANTA TERESINHA
📖 Manuscrito
A – A infância da Pequena Teresa – 15 de março de 1889 (data
provável)
“Jesus fez-me compreender que a verdadeira glória é a que durará eternamente, e para alcançá-la não é necessário realizar obras esplêndidas, mas sim esconder-se e praticar a virtude de tal forma que a mão esquerda ignore o que a direita fizer...”
Este manuscrito abre História de uma Alma, escrito por obediência em 1895. Teresinha recorda a infância com sinceridade e profundidade espiritual, já intuindo que a santidade está no oculto, na simplicidade e no amor. Surge ali a “Pequena Via”: humildade, desapego e amor nos menores gestos.
💌 Carta
a Céline – 14 de julho de 1889
“Quero ser santa… não uma santa pela metade, mas uma santa de verdade! (...) Não tenho outro meio de provar meu amor senão lançando flores, isto é, não deixando passar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar ou palavra, aproveitando até as menores ações e fazendo tudo por amor.”
Neste tempo, Céline se preparava para o Carmelo. Teresinha, jovem e já convicta de sua vocação, a encoraja a seguir o caminho do amor nas pequenas coisas. A “Pequena Via” toma forma: viver o cotidiano com amor extraordinário, onde cada gesto se torna uma flor aos pés de Jesus.
💌 Carta
a Céline
– 18 de julho de 1890
“O amor é pago somente com amor, nada mais conta diante de Deus. O que importa é a intenção e o carinho com que se realiza cada ação. Mesmo um gesto simples ou palavra, feitos com amor sincero, tornam-se preciosos aos olhos do Senhor e nos aproximam Dele.”
Céline sofria críticas e incompreensões. Teresinha, sensível à dor da irmã, oferece uma lição evangélica: só o amor tem valor aos olhos de Deus. A carta revela sua maturidade espiritual ao mostrar que a santidade está na intenção amorosa com que cada ato, por menor que seja, é oferecido.
📖 Manuscrito
B
– Ato de oferecimento ao amor misericordioso – 9 de junho de 1895
“Ofereço-me como vítima de holocausto ao vosso Amor Misericordioso, suplicando-Vos que me consuma incessantemente, deixando transbordar em minha alma os rios de ternura infinita que encerram em Vós, para que eu me torne mártir do Vosso Amor, ó meu Deus!”
Escrito na Solenidade de Pentecostes, este Ato marca uma virada espiritual decisiva. Teresinha se oferece como vítima ao Amor de Deus, desejando ser consumida por Ele. Sua entrega é total: não busca consolos, mas confia cegamente no Amor Misericordioso, mesmo sem sentir, com fé pura e interior.
💌 Carta
à Irmã
Maria
do Sagrado
Coração
(Pauline)
– 17 de setembro de 1896
“O que agrada a Deus em minha alma é que amo minha pequenez e pobreza; é minha confiança cega em Sua misericórdia que me dá força. Sinto-me segura e feliz nessa entrega total, pois sei que, quanto mais me diminuo, mais Ele me eleva em Seu amor.”
Teresa revela à irmã e madrinha o segredo de sua paz: reconhecer a própria fraqueza sem temor, pois Deus se alegra na confiança da alma pequena. Esse é o núcleo da Pequena Via: não subir pelas virtudes, mas descer pela humildade e confiar plenamente na misericórdia divina.
📖 Manuscrito
C
– Vivendo
a confiança na noite da fé – 28 de setembro de 1896 (data
provável)
“Creio que o próprio Jesus permitiu esta provação, para que eu não tivesse nenhuma ilusão ao dizer: ‘Sou incapaz de sofrer, a não ser por amor’. Sim, só o amor me pode sustentar… Sem Ele, eu cairia mil vezes.”
Neste manuscrito, escrito em profunda aridez espiritual, Teresinha relata sua “noite da fé”: abandono, trevas e ausência de consolo. Sem desespero, sustenta-se pelo amor e transforma a provação em oferta. Sua confiança atinge o auge: não sente, não vê, mas crê. É a “fé pura” que oferece pelas almas tentadas.
💌 Carta
a Irmã
Maria
do Sagrado
Coração
(Pauline)
– 26 de fevereiro de 1897
“A perfeição consiste em fazer a vontade de Deus, em ser o que Ele quer que sejamos. (…) A santidade não está nesta ou naquela prática, mas em uma disposição do coração que nos torna humildes e disponíveis a tudo que Deus deseja.”
Nesta carta a uma jovem carmelita, Teresinha transmite uma orientação segura e libertadora: Deus não espera façanhas, mas sim um coração que se deixe conduzir. Ser santo é viver na vontade de Deus com amor e docilidade, qualquer que seja o lugar, missão ou condição de vida.
💌 Carta
à Superiora
Madre
Inês
– 19 de março de 1897 (data provável)
“A santidade não consiste em práticas exteriores, mas numa disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nas mãos de Deus. É essa humildade profunda, que aceita a própria pequenez e confia na misericórdia divina, que abre as portas da verdadeira santidade.”
Já fragilizada pela tuberculose, Teresinha escreve à irmã e superiora, Madre Inês, resumindo sua espiritualidade: a verdadeira santidade não está nas obras visíveis, mas na simplicidade interior, vivendo como criança diante do Pai. Humildade, confiança e amor são os pilares da alma santa.
📖 Últimos
Escritos – Oração à Mãe Celestial – 15 de abril de 1897 (data
provável)
“Ó doce Mãe do Céu, ensina-me a amar como Tu amas, com um coração puro e humilde. Que eu, mesmo em minha pequenez, possa repousar sob o teu olhar materno e crescer na graça que transforma cada sacrifício em flor perfumada para o trono do Senhor.”
Neste texto orante, Teresinha revela sua intimidade com a Virgem Maria, não como figura distante, mas como Mãe acolhedora que forma e conduz. Deseja amar com humildade, doçura e entrega total. Cada sacrifício vira flor nessa espiritualidade de ternura e confiança, onde Maria é presença constante na santidade.
💬 Palavras
à Maria
do Sagrado
Coração
(Pauline)
– 9 de junho de 1897 (trecho oral)
“Quero passar meu Céu fazendo o bem sobre a Terra... Sim, depois da minha morte, farei cair uma chuva de rosas, quero continuar minha missão com alegria e dedicação: fazer amar o bom Deus como eu O amo, espalhar Sua ternura e ensinar minha ‘pequena via’ às almas que desejam seguir com amor e confiança.”
Estas palavras foram ditas verbalmente à irmã e logo registradas. Nos últimos meses de vida, Teresinha deixa um testamento de esperança: seu amor não termina com a morte. A “chuva de rosas” simboliza sua promessa de interceder pelas almas e derramar graças após sua partida, mostrando o amor que vence o tempo.
🌹 Sentido e essência
Há força nos pequenos gestos e em corações que confiam. Que suas quedas e recomeços também sejam cartas de amor, escritas com fé e esperança silenciosa.
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